Publicada Quinta-feira, 03/07/2014
Paralisação
No primeiro dia de greve, os comerciários fecham centro comercial de Teresina
A paralisação se estenderá também à área dos shoppings, na zona leste, onde a exploração contra a categoria comerciária bate recorde.

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A greve dos comerciários de Teresina, deflagrada nesta quinta-feira (3), fechou todo centro comercial durante boa parte da manhã. Apesar dos gerentes fecharem as portas da maioria das lojas, impedindo os funcionários de sair e até ameaçarem de demissão, muitos trabalhadores participaram do movimento.

À medida que a passeata avançava pelas principais ruas do centro comercial, anunciando a paralisação e solicitando apoio dos clientes e da população, os sindicalistas se revezavam nos discursos, denunciando as arbitrariedades cometidas pelos patrões contra a categoria comerciária.

Em algumas lojas, onde os patrões batem recorde de exploração e perseguição contra os trabalhadores, como uma grande loja de produtos importados da Rua Álvaro Mendes, houve princípio de conflito. Enquanto o gerente insistia em manter o estabelecimento aberto, os sindicalistas tentavam convencer os funcionários a fechar a loja.

“O objetivo principal desta manifestação, que é de reivindicar um piso salarial digno, vale alimentação, plano de saúde, jornada de trabalho decente e principalmente chamar nossos colegas trabalhadores a participar da greve, está sendo cumprido. Os empresários estão impedindo os trabalhadores de participar da paralisação, ameaçando suspensão e até demissão. A greve é um direito conquistado pela classe trabalhadora”, disse o secretário-geral do Sindicato dos Comerciários de Teresina, Valdivino Nonato de Sousa.

                          

De acordo com os organizadores, a greve teve saldo significativo para a categoria comerciária. “Estamos recebendo apoio dos comerciários, mesmo daqueles que não puderam sair das lojas. Eles estão nos enviando mensagens via redes sociais e nos telefonando”, afirmou Maria do Rosário Assunção, secretária de Comunicação, ressaltando que a paralisação se estenderá também à área dos shoppings, na zona leste, onde a exploração contra a categoria comerciária bate recorde.


                      

Os organizadores avaliaram que o primeiro dia de greve foi positivo pela participação da categoria, pelo apoio dos movimentos sociais organizados e parceiros, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs), CUT Piauí e sindicatos filiados, como o Sindicato dos Rodoviários, Confecções, Condomínio, Hoteleiros, Construção Civil, Sindicato das Bebidas, Auto Escola, além de representantes do movimento estudantil, de associações de moradores rurais e urbanas.

Alci Matos, presidente da Contracs, e Paulo Bezerra, presidente da CUT Piauí, participaram ativamente da manifestação. Além de discursar, apoiando, estavam organizando, orientando e principalmente dialogando com a categoria comerciária. Alcir Matos de Araújo reassaltou que este movimento é necessário para garantir a participação de todos. “Os comerciários tem obrigação de se mobilizar com a greve para sensibilizar os patrões. Precisamos que os comerciários sejam melhor qualificados e tenham um salário digno”, comenta.