Publicada Quarta-Feira, 29/10/2014

Autores de postagens preconceituosas contra nordestinos podem ser punidos
De acordo com a ONG SaferNet Brasil, serão investigadas também pessoas que compartilharam postagens com conteúdos ofensivos; ONG já recebeu 421 denúncias referentes a 305 novas páginas de redes sociais

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A onda de preconceitos contra nordestinos, que foi disseminada nas redes sociais após o resultado do segundo turno que reelegeu a presidenta Dilma Rousseff (PT), será investigada pela ONG SaferNet Brasil. Os autores de publicações com teor xenofóbico poderão ser punidos, assim como quem compartilhou postagens com conteúdos ofensivos.

De acordo com a Agência Brasil, a ONG já recebeu 421 denúncias referentes a 305 novas páginas nas redes sociais, especialmente no Twitter e no Facebook, com o objetivo de promover o ódio e a discriminação contra a população de origem nordestina.

Ainda segundo a reportagem, as denúncias feitas após a divulgação do resultado do segundo turno são 342,03% maiores em relação àquelas recebidas no dia 5 de outubro, do primeiro turno das eleições. E, ainda, de acordo com a ONG, 662,5% maiores em relação às no dia 26 de outubro de 2013, fora do contexto eleitoral.

O diretor-presidente da A SaferNet Brasil, Thiago Tavares, diz que o mais preocupante é que existem usuários que não são tipicamente criminosos, mas compartilham mensagens de ódio que muitas vezes são postadas “por grupos de extrema direita.” Ele alerta que esses grupos, de orientação neonazista, se sentem legitimados, fortalecidos e encorajados em momentos como este e encontram nesses eleitores inconformados uma espécie de instrumento para propagar esse tipo de mensagem de ódio e desestabilizar o país.

A ONG foi criada em 2005 com foco na defesa dos direitos humanos na internet e é operada em parceria com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. As denúncias podem ser feitas de forma anônima na página da SaferNet, apenas copiando o link da página que tem a violação.

A Lei 7.716, de 1989, pune, com pena que pode chegar a cinco anos de reclusão, aquele que utiliza os meios de comunicação social, como a internet, para promover o ódio e a discriminação em razão da raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Fonte: Contracs