Publicada Terça-feira, 01/12/2015

Jovens de até 34 anos são os mais infectados pela Aids no Piauí
Entre os anos de 2007 e 2015, foram registrados 4.082 casos da doença, sendo 2.754 casos em homens e 1.328 casos em mulheres.

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Internacionalmente intitulado Dia Mundial de Combate à Aids, o dia 1º de dezembro chama atenção para a conscientização e alerta sobre a doença que tem registrado aumento de número de casos nos últimos anos, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

As campanhas de conscientização e prevenção, apesar de focarem no público em geral, têm se voltado, mais recentemente, para os jovens - grupo com maior número de casos. No Piauí, a faixa etária que mais possui notificações de casos é de 20 a 34 anos (1.923), seguida da faixa de 35 a 49 anos (1.509) e de 50 a 64 anos (478).

Entre os anos de 2007 e 2015, foram registrados 4.082 casos, sendo 2.754 casos em homens e 1.328 casos em mulheres. Somente em 2015 (de janeiro a 8 de outubro), foram registrados 418 casos. Nos anos anteriores foram notificados: em 2014 (638); 2013 (575); 2012 (484).

Já em Teresina, até o dia 6 de novembro deste ano, 3.116 casos foram notificados, sendo 2.261 em homens e 855 em mulheres. A faixa etária que lidera o número de casos é de 20 a 34 anos, seguido das pessoas entre 36 a 49 anos. O número de casos de Aids está se modificando e concentrase, principalmente, entre os jovens heterossexuais, apesar da população mais vulnerável ser de prostitutas, travestis e homens que tem relação sexual com outros homens.

A coordenadora de DST/ Aids da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Andrea Fernandes Lopes, destaca que as regiões Norte e Nordeste estão apresentando um aumento de casos nos últimos anos, sobretudo entre os jovens, e frisa que isso se deve ao fato da realização do teste rápido. Com os testes, é possível saber se a pessoa está ou não infectada com o vírus HIV.

Ela ressalta que, apesar do aumento, a Aids tem se mantido estável e a expectativa é de que, até 2020, a doença deixe de ser considerada uma epidemia. “Às vezes, as pessoas têm o vírus, mas não sabem. Mesmo assim, o número de mortalidade tem caído, isso porque as pessoas estão buscando o serviço de saúde e tomando os remédios”, disse.

O vírus HIV pode ser transmitido através do contato de sangue com sangue; sêmen; secreção vaginal; e leite materno, além do sexo sem camisinha (oral, vaginal ou anal); e compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas.

Preconceito dificulta busca por cuidados e orientações médicas

O tratamento da Aids é feito através da administração de coquetéis, ou seja, medicamentos antirretrovirais que, combinados, controlam a carga viral no corpo do paciente. A pessoa que for diagnosticada com a doença pode procurar o Serviço de Atenção Especializado (SAE), onde receberá orientações de especialistas, bem como fará o cadastro para receber a medicação.

Andrea Fernandes Lopes, coordenadora de DST/Aids da FMS, destaca que ainda há muito preconceito e, por isso, algumas pessoas não buscam cuidados e orientações médicas. Ela lembra que o acompanhamento é sigiloso e o tratamento gratuito. Por isso, a importância de se intensificar as campanhas.

“Fazemos esse trabalho todos os dias e contamos com a ajuda de psicólogos, assistentes sociais, e outros profissionais, entregando panfletos, fazendo testes rápidos de HIV, preservativos masculinos e femininos. Quando esses testes dão positivos, encaminhamos a pessoa para o SAE e lá ele recebe mais orientações de como iniciar o tratamento”, explica.

Os cuidados devem ser iniciados o mais rápido possível, como orienta a coordenadora de Doenças Transmissíveis da Secretaria Estadual de Saúde do Piauí (Sesapi), Karinna Alves Amorim de Sousa. O teste pode ser feito em qualquer unidade de saúde, pela atenção básica ou ainda pelo Programa Saúde na Família (PSF).

“Caso o PFS não tenha o teste rápido, o paciente pode solicitar o sorológico. Dado positivo, a pessoa deve procurar imediatamente o SAE, pois assim a quantidade de vírus fica mínima no organismo, dificultando a transmissão para outra pessoa. Por isso, é importante fazer o diagnóstico precoce, ele tomando o antirretroviral tende a não evoluir para a Aids”, revela Karinna Amorim.

Os medicamentos são disponibilizados pelo Ministério da Saúde. Assim que o cadastro do paciente é feito, ele inicia o tratamento imediatamente. O paciente é monitorado para garantir que ele tome a medicação corretamente, e é necessário fazer uma visita a cada três meses para avaliar seu estado de saúde. O Grupo Adesão, formado por pacientes e profissionais da saúde, funciona no Hospital Lineu Araújo e também orienta os pacientes que buscam informações sobre a doença.

Para participar do Serviço de Atenção Especializado, o paciente deve levar o exame de positividade da doença, se cadastrar e fazer uma breve avaliação. Sua segunda consulta já será agendada e ele será orientado a buscar o especialista indicado pela rede.

Endereços


O SAE funciona no Hospital Lineu Araújo e no Hospital Natan Portela, com o telefone para contato: 3221-3756 e 3413. O teste rápido pode ser feito no Centro de Testagem e Aconselhamento, Centro de Teresina, no 2º andar, próximo à Farmácia Popular. Além do teste de HIV, pode ser feito também teste para Hepatite (B e C), e Sífilis. O telefone para contato é: 3216-2049 ou 3216-2048. Não é necessário fazer agendamento nem prescrição médica e qualquer pessoa pode fazer o teste. O Serviço de Atenção Especializado também está presente nos municípios de Parnaíba, Piripiri, Floriano, Picos e, em breve, será inaugurado na cidade de Oeiras.


Fonte: O DIA