O Ministério da Saúde anunciou a incorporação do Zolgensma,
conhecido como o remédio mais caro do mundo, para tratamento de crianças com
Atrofia Muscular Espinhal (AME) 5q tipos 1 e 2 pelo Sistema Único de Saúde
(SUS).
Com a iniciativa, o SUS passa a oferecer acesso a um dos
tratamentos mais inovadores do mundo e o Brasil acaba de alcançar um marco
histórico na saúde pública.
O Zolgensma tem potencial de mudar a história da doença,
atuando diretamente na causa genética e permitindo que crianças diagnosticadas
precocemente possam ter mais autonomia funcional.
O que é a AME
A Atrofia Muscular Espinhal é uma doença genética rara, de
caráter progressivo, que compromete os neurônios motores. A decisão foi
oficializada por meio da Portaria SAES/MS nº 3.080, publicada em 29 de julho de
2025, que define os critérios de habilitação dos hospitais para a aplicação da
terapia gênica.
Sem tratamento, a AME leva à perda acelerada de funções
motoras, muitas vezes impactando a vida da criança já nos primeiros anos. Por
isso, o acesso a terapias avançadas é considerado essencial.
O Zolgensma atua corrigindo a falha genética que provoca a
doença, oferecendo às crianças que recebem a infusão novas perspectivas de
desenvolvimento e independência.
Um avanço para o SUS
O Ministério da Saúde tem reforçado, nos últimos anos, a
PolÃtica Nacional de Atenção à s Pessoas com Doenças Raras.
A incorporação de terapias de alta complexidade, como a
terapia gênica, é vista como um passo decisivo nessa trajetória.
Além do Zolgensma, o SUS tem ampliado exames e outros
medicamentos para diagnósticos e tratamentos mais eficazes.
Habilitação dos hospitais
Para que o tratamento seja disponibilizado, os hospitais
precisam se habilitar para realizar a infusão da terapia gênica. Esse processo
é fundamental para que a aplicação do medicamento aconteça de forma segura e
com acompanhamento adequado.
A Coordenação-Geral de Doenças Raras do Ministério da Saúde
destacou a importância da mobilização de gestores estaduais e municipais. A
meta é que diferentes regiões contem com hospitais preparados, garantindo que
nenhuma criança fique sem acesso por causa da distância.
Além da aplicação do Zolgensma, será necessário
acompanhamento clÃnico ao longo dos anos para monitorar os efeitos da terapia,
reforçando a importância de serviços habilitados próximos à s famÃlias.