A entidade manteve-se atrelada ao chamado sindicalismo oficial por mais de trinta anos, conduzido por práticas conservadoras e limitando a luta dos trabalhadores aos horizontes dos órgãos governamentais, sem avanços e sem combatividade.
Com a criação da CUT – Central Única dos Trabalhadores, precisamente em 1983, inaugura-se no Brasil uma nova linha sindical, denominada de novo sindicalismo. A concepção desse novo modelo sindical que surgia com todo vigor rompia drasticamente com o modelo atrasado, conservador e colaborador de classe criado na década de quarenta por Getúlio Vargas.
Juntamente com a CUT entrava em cena, por todo Brasil, os novos dirigentes sindicais, massacrados e perseguidos pela famigerada ditadura militar, porém todos determinados a transformar a realidade através do sindicalismo de classe, de luta e pela base.
È exatamente na década de oitenta que um grupo de sindicalista conduz o processo de filiação do sindicato dos comerciários à CUT e, também, a primeira vitória nas eleições sindicais dos trabalhadores no comércio de Teresina após a abertura democrática. Daí, origina-se uma nova forma de condução da luta dos trabalhadores desse setor.
Em 1987, os trabalhadores do comércio de Teresina deflagram a primeira greve da categoria, o que publicamente demonstra o caráter combativo da direção e a disposição dos trabalhadores de conquistarem melhores condições de trabalho e de vida.
Em 1988, ocorre a segunda eleição sindical dos comerciários, com mudanças na direção, movendo o sindicato mais a esquerda.
Em 1998, os estatutos da entidade são reformados, ampliando a base de representação sindical. Dessa forma, além dos trabalhadores do comércio, estão representados também os trabalhadores do setor de serviços. Em números, a categoria passa de 12 mil trabalhadores para quase 20 mil.
Nessa mesma época, segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, o movimento sindical é duramente castigado pelas sucessivas investidas criminosas contra os sindicatos e os trabalhadores. Dentro desse contexto de crise, foi desenvolvida uma das mais ousadas estratégias sindicais: construir uma rede de serviços nas áreas de saúde, educação e lazer, como também manter intocável a natureza combativa do sindicato. O grande desafio era como desenvolver uma rede de serviços sem burocratizar os dirigentes na operacionalização das tarefas. A saída foi a profissionalização dos serviços, enquanto o papel sindical foi desempenhado pela direção.
Dessa forma, o sindicato atinge 2007 com todos seus serviços consolidados e sua natureza combativa, de classe e pela base bastante atuante. São mais de 10 mil sócios e o reconhecimento da sociedade pela seriedade, compromisso e a defesa intransigente dos direitos históricos e imediatos da classe trabalhadora.
Hoje, em 2011, o Sindicato dos Comerciários de Teresina tem uma história de luta invejável, em virtude do compromisso de sua diretoria, de seus sócios e da categoria comerciária.