Na noite da última terça-feira, dia 13, os trabalhadores dos Correios decidiram iniciar movimento grevista por tempo indeterminado em todo o Brasil. Em comunicado oficial, a Federação dos Trabalhadores do órgão (Fentect) informou que será "uma greve muito forte", com adesão de 32 dos 35 sindicatos da classe espalhados pelo Brasil. Na área operacional o resumo da situação em Teresina é 60% de adesão entre os carteiros e 58% entre os operadores de triagem e transbordo.
Por conta da greve, os Correios suspenderam os serviços SEDEX 10, SEDEX Hoje e Disque-Coleta, por se tratar de serviços com horário marcado. Durante coletiva concedida ontem em Brasília, o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, informou que a empresa mantém a entrega diária de cartas e encomendas, embora exista a possibilidade de atrasos devido à paralisação iniciada nesta quarta-feira (14).
Reajuste salarial e condições de trabalho foram os motivos elencados pelos trabalhadores da empresa estatal para deflagração da greve. A direção nacional dos Correios destacou que a empresa havia feito na segunda-feira uma proposta de aumento salarial final de 13% para 64.427 empregados, ou seja, 60,14% do efetivo total da estatal. Porém, cálculos dos trabalhadores mostram que o valor apresentado não repõe as perdas nos últimos anos, reivindicando assim, aumento de R$ 400 com reposição salarial de 7,16%. Além disso, são reivindicados vale-refeição/alimentação no valor de R$ 25, concurso público e piso de R$ 1.635.
Segundo nota enviada à imprensa, a ECT afirmou que trabalha para normalizar a situação e adotou uma série de medidas para a normalização do atendimento. Entre elas, a contratação de recursos, realocação de pessoal, realização de horas-extras e trabalho nos finais de semana.
MP 532
Outra pauta de reivindicação dos trabalhadores está na aprovação da Medida Provisória 532, que regulamenta a abertura do capital dos Correios transformando-a em Sociedade Anônima. A MP já passou pela Câmara Federal e o Congresso, esperando apreciação da presidente Dilma Rousseff. Na avaliação do comando de greve a medida inicia o processo de privatização da empresa estatal.
Fonte: portalodia